quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Memórias de Um Sargento de Milícias

Resumo

O livro conta a história de Leonardinho, filho de Leonardo-Pataca e Maria da Hortaliça. O casal se conhece em uma viagem de navio de Portugal para o rio de Janeiro. E começam a namorar com “uma pisadela e um beliscão”. Ela fica grávida e Leonardo, que tem por padrinhos a parteira e um barbeiro, nasce no Rio de Janeiro. O compadre estava em débito com Maria da Hortaliça, porque, anos antes, em Portugal seu filho se envolvera com ela e eles não tinham se casado.
Leonardo Pataca descobre que estava sendo traído por Maria da Hortaliça e bate nela e no menino. A portuguesa volta para sua terra natal e Leonardinho é entregue aos cuidados de seu padrinho. O menino é muito travesso e é odiado pela vizinha, que diz que ele tinha “maus bofes”. O padrinho tem esperança que ele se torne padre e, para tanto, manda-o à escola, onde ele apanha muito.
Com o tempo o Leonardinho passa a fugir da escola para brincar. Ao fazer amizade com o sacristão da Sé, se oferece para ser sacristão também. Durante a missa, faz muitas travessuras e chega a fazer o mestre de cerimônias perder um sermão. Então, é expulso do cargo de sacristão e desmascara o padre, que tinha um caso com uma cigana. A mesma cigana se envolvera amorosamente com o Leonardo Pataca, tendo deixado esse último para ficar com o padre.
Leonardinho cresce e ele e seu padrinho começam a frequentar a casa de Dona Maria, uma rica senhora. Dona Maria adota sua sobrinha/afilhada Luisinha, por quem Leonardinho se apaixona. No entanto, Luisinha tem outro pretendente: José Manuel. A comadre tenta impedir que ele se aproxime de Luisinha, porque seria conveniente que Leonardinho se casasse com a menina. Enquanto disputam o amor de Luisinha, o padrinho de Leonardo adoece e morre.
Leonardo vai morar com seu pai, que está casado com Chiquinha, a filha da comadre. Ela e Leonardo não se dão bem e, uma noite, brigam por causa de uma almofada. A briga resulta na saída de Leonardinho de casa. O jovem vaga sem destino pelas ruas do Rio de Janeiro e encontra uma família que está fazendo uma súcia.
Essa família se constitui de duas senhoras irmãs, uma com três filhas e outra com três filhos. Uma das primas é “casada” com o amigo de infância de Leonardo, o sacristão da Sé. Por isso, Leonardo vai morar com essa família e se envolve amorosamente com uma das filhas, Vidinha, que era disputada por dois primos. Ele briga com os rivais por causa da moça, e, nesse momento, a comadre chega à casa e faz amizade com as duas senhoras. A comadre consegue para Leonardo um emprego na despensa real, onde ele conhece a mulher do toma-largura. Ele se envolve com ela, o que causa um escândalo e a sua demissão do cargo.
Vidinha briga com Leonardo e, na confusão, ele é capturado pelo major Vidigal.
No caminho para a prisão, Leonardo foge e faz o major passar por um grande vexame e resolver-se a prender o moço quando tiver oportunidade. O jovem se reconcilia com Vidinha e, em uma nova súcia, é preso pelo Vidigal, vítima de uma armação dos primos de Vidinha. A comadre, junto com dona Maria, pede ajuda à Maria Regalada, o amor da juventude do major. Ela o a soltar Leonardo e o faz sargento.
Com a morte de José Manuel, Leonardo volta a se encontrar com Luisinha, desejando se casar com ela. Ele pede para se tornar sargento de milícias, pois como sargento não poderia se casar. O Vidigal aceita, uma vez que Maria Regalada pede, e, após o tempo de luto, eles se casam.

Análise de enredo e personagens

Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava prender a atenção do leitor, com capítulos curtos e até certo ponto independentes, em geral contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.
As aventuras e desventuras de Leonardo, que o autor faz desfilar diante dos leitores com dinamismo, conduzem o protagonista a apuros dos quais ele sempre se salva, graças a seus protetores. Leonardo é um personagem fixo no romance, suas características básicas não mudam.
Duas forças de tensão movem os personagens do romance: ordem e desordem, que se revelarão características profundas da sociedade colonial de então. A estabilidade social representa a ordem, enquanto a instabilidade se refere à desordem. Entretanto, isso não significa retidão. Dessa forma, o barbeiro, completamente adequado à sociedade, ao revelar as origens pouco recomendáveis de sua estabilidade financeira, evoca no seu passado a desordem. O polo da desordem é formado pelo malandro Teotônio, o sacristão da Sé e Vidinha. A acomodação dos personagens, tanto na ordem como na desordem, está sujeita a uma mudança repentina de polo, ou seja, não existe quem esteja totalmente situado no campo da ordem nem no da desordem. Não há, portanto, uma caracterização maniqueísta dos tipos apresentados.

Leonardo: É o protagonista. Desde pequeno sua mãe e seu padrinho adoravam suas malandrices, que ao longo do livro foram aumentando, e ele chega a ser preso por isso (o que também foi uma das razões por conseguir o cargo de sargento de milícias, que dá nome ao livro). Leonardo não gosta de trabalhar e só o faz após a morte de seu padrinho quando foge de casa e sua madrinha arruma um cargo para ele. Um típico anti-herói, Leonardo mesmo se apaixonando por Luisinha se envolve com Vidinha e com a mulher do toma-largura.
Maria da Hortaliça: Portuguesa mãe de Leonardo, camponesa namoradeira que fica grávida durante a travessia de navio para Portugal. Mora com Leonardo Pataca e o filho no Brasil por algum tempo, mas após trair o marido foge de volta para Portugal.
Leonardo Pataca: fora vendedor de roupas em Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria da Hortaliça, o que resultará no nascimento de Leonardo. Quando descobre que é traído, expulsa Maria da Hortaliça de casa e acaba fugindo, deixando Leonardo nas mãos do padrinho. Logo depois, se envolve com uma cigana e acaba se casando com Chiquinha, filha da parteira, que é a madrinha de Leonardo.
Compadre: Barbeiro. Vizinho de Leonardo e Maria, possui uma boa herança e, à primeira vista, aparenta ser muito honesto. Mas leva consigo o segredo do roubo da herança de um capitão para sua sobrinha. Passa a cuidar de Leonardo quando os pais o abandonam e vê nele um grande futuro como padre.
Comadre: Melhor parteira da região e madrinha de Leonardo, adora o garoto e sempre o defende tentando tirá-lo das confusões.
D. Maria: Rica e devota aos pobres D. Maria é uma mulher gorda, feia e viciada em demandas. Fica com a guarda de Luisinha quando seus pais morrem.
Luisinha: Primeiro amor de Leonardo, feia, pálida, sem graça e desajeitada. Por influência da tia, se casa com José Manuel, mas depois se torna esposa de Leonardo.
Major Vidigal: é o policial e juiz do enredo. Depois de ser publicamente humilhado por Leonardo, decide que é melhor tê-lo a seu lado do que como inimigo.
Vidinha: Mulata jovem e bonita que acaba seduzindo Leonardo.
Chiquinha: Filha da parteira, tem um filho com Leonardo-Pataca e se torna sua esposa, não gosta Leonardo e por causa dela ele acaba fugindo de casa.
Maria Regalada: Primeiro amor de Vidigal. Graças a ela, Leonardo sai da prisão e consegue o posto de Sargento de Milícias.
José Manuel: rival no amor de Luisinha, José Manuel é um caça-dotes, uma crítica à aristocracia portuguesa. Torna-se marido de Luisinha, mas a maltrata e acaba sendo atacado e morto.

Contexto Histórico

O livro começa com a seguinte frase: “Era no tempo do rei...”, nos passando que o tempo que o Brasil vivia na história recebia fortes influências do rei, portanto para entender o contexto histórico em que foi inserido o desenrolar da história deve-se entender a vinda da família real ao Brasil no século XIX. Essa fórmula também faz referência – e isso é mais relevante para entender a estrutura do romance – aos inícios dos contos de fada: “Era uma vez...”.
Portugal vivia num impasse com tantas brigas pela disputa da hegemonia da Europa, deveria decidir se aderia ao Bloqueio Continental estabelecido pela França, segundo o qual todos os países aliados ou ocupados pelas forças francesas não poderiam comercializar com a Inglaterra ou se deveria ignorar o Bloqueio e continuar o comércio com os ingleses, já que era seu principal aliado no comércio. Preferiu assim aderir às duas condições. A França, sabendo que mesmo Portugal aderindo o Bloqueio continuou a comercializar com a Inglaterra, tomou a decisão que suas tropas invadiriam o território de Portugal. Isso fez com que a família real portuguesa fosse para sua principal colônia, o Brasil.
Podemos também analisar o contexto em que foi publicado como sendo importante para o valor histórico do livro, assim Memórias de um Sargento de Milícias foi publicado em folhetim no Jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro entre junho de 1852 e julho de 1853, e só mais tarde publicado em livros, como vemos atualmente.

Opinião do grupo


O livro é inovador por ter o primeiro herói malandro da literatura brasileira, além de seu contexto fugir dos padrões românticos da época. No entanto, o livro não tem uma organização clara das ideias: há personagens que somem da história ou aparecem inesperadamente, muitas vezes o narrador sugere o desenrolar de um episódio que não se concretiza etc. Embora isso deixe o leitor confuso, acaba sendo "camuflado" pela comicidade e ironia do livro, que nos leva a dar boas risadas. A leitura é agradável, a linguagem não é tão elaborada quanto a de outros livros do Romantismo. Imaginamos que o livro tenha feito e continue fazendo sucesso até hoje.


Referências


http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_413965.shtml






Grupo


Beatriz Uchôas n° 5
Giovana Bueno n° 11
Letícia Prado n° 24
Maíra n° 28
Maria Clara n° 29
Thiago Ebram n° 37
2° A

Nenhum comentário:

Postar um comentário